Já lá vai o tempo em que a sociedade era imprevisível e volátil!
Somos agora uma sociedade incapaz de formular opinião, sem que a mesma tenha sido já manipulada...
Todos os dias, sem que nos apercebamos, somos influenciados por uma comunicação que na verdade deveria ser imparcial! O jornalismo e os media em geral, já não transmitem somente factos, transmitem também a sua própria opinião.
Parece algo de muito simples e normal mas a verdade é que essa opinião coloca em causa todos os valores éticos do jornalismo. Cada vez mais é perceptível ouvir observações como bom, mau, melhor, pior, felizmente ou até mesmo infelizmente. Observações subjectivas que deixam de orientar a objectividade dos factos e que colocam em causa o juízo imparcial do próprio cidadão.
Um direito que subtilmente nos vai sendo retirado e que a cada dia que passa, nos vai tornando cada vez mais formatados! Uma opinião que muitas vezes nos retira a necessidade de pensar, relacionar e equacionar...
Passamos a adquirir tudo como certo!
Como se não bastasse, temos ainda uma nova comunicação emergente que nos ofusca os factos com a própria opinião! Um encobrimento de factos que nos dão meras falsas verdades, sentimentos que muitas vezes são comungados pela maioria dos cidadãos e que nos levam por caminhos já predefinidos, já traçados!
Uma comunicação que é violadora da liberdade e que quebra o sentido da busca da verdade, veracidade e precisão das informações.
Uma comunicação que torna o exercício de uma democracia saudável e correcta cada vez mais difícil de alcançar!
Para uma democracia limpa, clara e eficaz, para além de um povo, interessado e informado sobre questões relevantes, é necessária também uma comunicação com ética e de excelência! Temos que ter uma comunicação que em vez de influenciar, origine ao cidadão argumentos que lhe permitam ter diferentes pontos de vista relativamente a um mesmo assunto! Uma comunicação que habilite o cidadão a discutir temas de relevância para a sociedade! Uma comunicação imparcial, relevante e útil ao público!
Nós, por outro lado, como cidadãos e como indivíduos, temos que ter a capacidade de reflectir, discutir, pensar, opinar, ponderar... Tudo por nós mesmos!
O Eu está perigosamente a ficar cada vez mais social e a identidade cada vez mais semelhante.
Que o seja mas por vontade própria!